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segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

fragmentos


O tempo passa e não me leva. Deixa-me aqui, em um tempo-presente cujo futuro nuca vem. Só o enfadonho agora com sua transitoriedade na velocidade de uma luz que não vejo, por isso não me ofusca. O tempo passa e me deixa. Leva só a minha idade, os centímetros de meu corpo. Minha velha identidade, meus dentes de leite e a lembrança do gozo de alimentar-me do leite de minha mãe.

Vivo na expectativa de uma coisa que se define com a palavra que não dá materialidade a coisa alguma. A expectativa do futuro é a mesma que arrumar (-se) a casa esperando por uma visita que não vai chegar. Por isso, tu que me lês, não determino o fim destes escritos, pois arrumei (-me) a casa também. Isto é somente o começo de uma história, a única história de uma vida que foi minha, mas que já perdi há tempos. Tempos tais que lembro bem. Suposto que começar uma e qualquer história pelo início é didaticamente mais correto e ajuda na compreensão, começarei pelo início. Mas, qual é o início? Em que recorte do tempo eu comecei a ser?

Um comentário:

Jaime disse...

"Mas, qual é o início? Em que recorte do tempo eu comecei a ser?"

vc é um artista!! posso roubar o texto e a foto pro meu orkut???
não vou assinar nada não! os méritos serão seus!!! rs

abraço e sucesso p vc!