Pages

domingo, 3 de janeiro de 2010

everythin' means nothin'

É.
Depois de tantas sensações quais não foram descritas com o verbo, depois de tantos momentos que não foram registrados pela máquina de escrever e sequer pela tinta de uma caneta - mas sim pelos olhos, pele, carne - ele, que já havia, pelo menos pensado ter superado o retrato vivo do ontem, recebe a notícia que não poderia chegar: Ela está nos braços de outro. Outros braços. Que não são os seus.De imediato se riu e achou bom. Ela merecia. Era o que Carlos achava do peito pra fora.


Chega em casa. Vê a foto daquela que não é mais sua - porque nunca o foi, visto que todos nascem livres, mas isso não vem ao caso. O caso é que ela não era mais sua e ponto. Escreve pra ela. Mas escreve dando felicitações de ano novo e outras formalidades mais. Não era isso. Carlos acabou por trocar o papel pelo peito e escrevera tudo o que gostaria de dizê-la dentro dele. Tudo pra não aguar o amor alheio, que podeira ser o seu...

Tem uma sensação estranha pelo corpo. Uma corrente de ar que passa pela garganta e todo o resto do corpo. Senta-se no terraço e olha para o céu que está avermelhado. Não lembra de ter visto lua. Madrugada.

" everythin' means nothin' if i ain't got you..."

Ele, uma música ao fundo e o céu vermelho de meia noite. Os três dentro de um mundo enorme e vazio. Carlos sabia o que estava acontecendo. Só não queria entender...

Nenhum comentário: