Não quero te ver.
Fecho o álbum de fotografias. Apago seu número da agenda. deleto seus e-mails.
Não quero te ter.
Escondo com maquiagem as marcas de tuas mãos e da tua boca em meu corpo. E, por quase meio segundo eu te esqueço. A não ser quando fecho os olhos e te encontro todo em meus pensamentos.
Eu não sou o que você gostaria que eu fosse. Eu não caibo nos seus planos. Eu não sou aquela que vai te dar três filhos lindos e cuidar do seu cachorro. Não sou aquela que vai dividir contigo o sonho que você não vai realizar. Eu não te peço isso.Não sou uma boneca plástica. Sou mulher-carne. Eu ofereço. Eu me ofereço. Portanto, não me dê como troco a sua indiferença. Me odeie, me deixe com raiva. Me use. Minta pra mim. Minta! Mas não me anule com a sutileza do vazio do corpo morto. Não faça do meu corpo um objeto ignoto. Eu estou aqui. Você me vê. Eu sei.
Você pode ser sutil.
Mas não imperceptível.
E eu te vejo,
sim.
Nenhum comentário:
Postar um comentário